caracterização


Segundo Batista (2003), a patinação se caracteriza por ser uma modalidade de ação motora cíclica de propulsão praticada sobre rodas divididas em duas fases, uma dinâmica e outra transitória, caracterizando-se na sua particularidade como um conjunto de movimentos não naturais. Para sua prática na iniciação não são necessários muitos equipamentos e nem disponibilidade de grande espaço, uma sala de aula com as carteiras afastadas, um par de patins, que não necessariamente precisam ser os mais sofisticados, precisam apenas oferecer um mínimo de conforto e, um piso adequado, que de preferência deve ser liso, mas, se for de madeira, asfalto, sintético, duro, etc., não vão impedir a prática da modalidade. Deve-se atentar para pisos molhados e com objetos que possam provocar quedas, pois dificulta o aprendizado, os únicos pisos impossíveis para prática serão areia e relva.

As maiores preocupações de acordo com Batista (2003) devem estar centradas nas crianças, pois a patinação deve ser uma modalidade motivante, para isso a criança deve ter plena consciência que a patinação não é algo fácil e existem várias etapas a serem vencidas, perceber que as pessoas não são iguais e se desenvolvem de maneira diferente, logo não existindo a necessidade de competição entre eles, além de conhecer os riscos causados pelas inevitáveis quedas, que são considerados os maiores problemas, pois influenciam na motivação, no psicológico e na relação afetiva. Cair deve tornar-se uma situação normal, sem a necessidade de alarmes ou superproteção por parte do professor, mas este deve conhecer os principais riscos e lesões, alem de dominar processos de primeiros socorros e cuidados com todos os fatores envolvidos na patinação.

De acordo com Conceição et al. (2001) a ação do membro inferior se dá quando a perna da frente forma um quarto de circulo, ligeiramente para fora, onde é ultrapassada pela outra perna; no impulso a perna esta em extensão e após a saída entra na fase aérea e depois entra novamente em contato com o solo, onde se inicia todo ciclo de movimentos; movimenta-se em oposição ao membro superior. A ação do membro superior movimentando-se no plano sagital funciona como um pêndulo sempre em oposição ao membro inferior já o tronco e cabeça estão parcialmente voltados para frente, à cabeça se adianta em relação aos patins o reduz o desequilíbrio para traz; a coluna se mantém normal exceto na região lombar, pois essa área mantém o tronco ligeiramente inclinado para frente. Para que a criança possa ter um aprendizado correto é necessário, que a criança vá aumentando progressivamente o conhecimento das técnicas da patinação para ter evolução na aprendizagem.




Para compreendermos melhor o Acto Motor Patinar na sua globalidade é preciso juntar atempadamente a movimentação tronco/cabeça, membros inferiores e superiores. Assim, o tronco e a cabeça têm acções essencialmente posturais, apenas devemos considerar que acompanham a perna/pé que desliza à frente, com ligeira inclinação antero-lateral. O tronco inclinar-se-á ligeiramente ao lado direito e à frente, aquando da passada da perna direita e ao lado esquerdo, aquando da passada da perna esquerda. Quanto aos braços (membros superiores), tendo um ângulo superior a 90 graus (entre o braço e antebraço), mantêm-no movimentando-se pelo ombro e, menos mas também, pelo cotovelo. Têm como particularidade a movimentação em contra lateralidade em relação às pernas, assim quando a perna direita vai à frente o braço esquerdo avança também, ficando braço direito e a perna esquerda atrás. Estas posições dos membros são ciclicamente invertidas. (BATISTA, 2003, p.23).
                                                               


            Observa-se que patinar não é uma tarefa fácil, pois, envolve na sua totalidade um conjunto de fatores que são imprescindíveis para execução do ato motor de patinar, envolve movimentos simples e complexos que agem harmoniosamente para possibilitar um patinar eficiente e gracioso.